sábado, 6 de fevereiro de 2010

VELEIRO

Dono de veleiro suíço encalhado em Tutóia virá ao Maranhão
5 de fevereiro de 2010 às 17:48
POR OSWALDO VIVIANI


Stéphanie Joho, mulher de Pierre Monnerat, confirmou, em resposta a e-mail enviado pelo Jornal Pequeno, que o marido chega ao Brasil em alguns dias
A norte-americana Stéphanie Nilly Joho Monnaret - cujo passaporte foi encontrado no veleiro Enea, roubado na madrugada de 13 de janeiro, no Cabo Verde, e encontrado, encalhado, no domingo passado (31), no litoral de Tutóia - confirmou ontem ao Jornal Pequeno, em resposta a e-mail encaminhado pela reportagem, que seu marido, o suíço Pierre Monnerat, virá ao Maranhão, "em alguns dias, para ver como está a embarcação". "Nós não sabemos ainda como isso vai acontecer, mas estamos tocados por todas as mensagens gentis recebidas do Brasil", escreveu Stéphanie ao JP. Ela afirmou, ainda, que "toda a família [ela, o marido e os três filhos] está bem, na Suíça".

Na quarta-feira, 3, a primeira página do site da família Monnerat na internet (http://monnerat.blogspot.com) já informava que o veleiro havia sido encontrado no Maranhão:

A família Monnerat quer retomar viagens pelo mundo no veleiro Enea

"Nós recebemos nesta manhã (quarta-feira) a confirmação de que nosso veleiro Enea foi reencontrado, encalhado, na praia de Tutóia, no Brasil. (...) No momento, não sabemos nada além do que relata a imprensa brasileira. Pierre se prepara para ir ao local o mais rapidamente possível. (...) Toda a família está sã e salva na Suíça, e estamos impacientes para retomar a viagem!".

Sem limites - Em seu site, a família Monnerat descreve seu projeto - "carregar nossos três filhos num veleiro, cruzar os oceanos e percorrer, assim, nossa Terra durante algum tempo..." - e posta várias fotos dos lugares para onde o Enea já os levou: rio Casemance (Senegal), estreito de Gibraltar e Ilhas Canárias (Espanha), Valras e Gruissan (França) e Mindelo (Cabo Verde), entre outros.

"O ilimitado está em nós" é o slogan da família de navegadores, que, além de Stéphanie e Pierre, é composta pelos filhos Quentin (9 anos), Marie (7 anos) e Théa (3 anos).

O mistério do Enea - O veleiro Enea, modelo Damien IV, estrutura de aço, foi roubado na madrugada do dia 13 de janeiro, quando estava ancorado na marina de Mindelo (Cabo Verde, arquipélago no Oceano Atlântico que já foi colônia de Portugal). Reapareceu no dia 31 de janeiro, domingo passado, encalhado no litoral da cidade maranhense de Tutóia (a 465 km de São Luís).

Os ocupantes do Enea abandonaram a embarcação, que foi saqueada por moradores locais. Segundo a Polícia Federal, seis homens estavam no veleiro - quatro de Gana (África Ocidental) e dois de Cabo Verde.

Cinco dos acusados foram presos na segunda-feira. Quatro deles são ganeses: Zion Kubi Appiah, Simon Atta, Thomas Niketia e Ekow Panyin. Um, João Manuel Lopes da Cruz, é de Cabo Verde. O também cabo-verdiano Elvis Jorge Silva Delgado igualmente é apontado pela PF como suspeito do roubo do veleiro e de entrada ilegal no Brasil. Até ontem à tarde, Elvis ainda não havia sido encontrado pela polícia.

Os quatro ganeses foram presos na Parnaíba (Piauí), quando tentavam trocar mais de mil euros no Banco do Brasil. O gerente do banco desconfiou e acionou a polícia. O cabo-verdiano João Manuel foi detido em Tutóia.

Depoimentos e osso humano - O grupo foi trazido a São Luís para ser ouvido pela Polícia Federal. Na quarta-feira, apenas João Manoel foi interrogado. Negou que estivesse no veleiro Enea e disse que entrou no Brasil de ônibus, vindo da Guiana Francesa, e que era comum fazer esse tipo de viagem. "A polícia me prendeu só porque eu estava trocando euros; eu sempre faço isso", afirmou.

Sobre seu compatriota Elvis Delgado, o cabo-verdiano disse apenas que o havia conhecido durante a viagem e o estava ajudando a se comunicar nos locais por onde passavam. Ontem, seriam ouvidos pela PF os quatro ganeses.

O superintendente da Polícia Federal no Maranhão, Fernando Segóvia, confirmou que um osso humano foi encontrado no Enea. "Realmente trata-se de um osso humano, do braço mais precisamente, mas não podemos afirmar que houve um homicídio até que os proprietários do barco sejam ouvidos, pois pode até ser só um souvenir".

fonte: Jornal Pequeno

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