segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

FLUMINENSE




seg, 07/12/09
por joao marcelo garcez |
categoria Brasileirão 2009
O feito do Fluminense nesta reta final de Campeonato Brasileiro é unanimamente tido como um dos acontecimentos mais extraordinários dos últimos tempos.
Como também é destacada a participação espetacular da torcida tricolor nesta caminhada quase milagrosa.
Foi a partir do matrimônio entre time e torcida que se deu o estalo da transformação.
Verdade também que o apoio maciço das arquibancadas praticamente só se deu depois que Cuca resolveu afastar jogadores polêmicos e apostar na prata da casa, campeã mundial na temporada passada.
Mudança inclusive pedida, quase em tom de súplica, por este colunista ao treinador quando de sua chegada.
Era dia 2 de setembro, pouco mais de três meses atrás.
Cansado da morte gradativa do Fluminense nos gramados, assim o Blog do Flu apelou.
“Cuca, faça uma limpa e afaste profissionais falsos e sem-vergonha do elenco. A torcida quer ver luta e comprometimento entre os que vestem a camisa tricolor. E se, para isso, você tiver que lançar um time só de garotos contra o Náutico, faça-o sem hesitação. É preferível isso ao show de horrores a que estamos sendo submetidos”.
Mas Cuca não os tirou de imediato. E o time seguiu tropeçando aqui e ali.
O Fluminense corria o risco de entrar para a história como clube rebaixado com a maior precedência do fim da competição.
Vexame só comparado ao rebaixamento à Série C, em 1998.
Mas duas derrotas acachapantes – para Grêmio e Flamengo – pareceram conscientizar o treinador da necessidade da substituição. Do contrário, a situação passaria de agonizante a sacramentada em pouquíssimas rodadas.
E um acontecimento admirável pôde ser testemunhado por milhões de brasileiros, que, envolvidos emocionalmente, passaram a torcer pela ressurreição daquele bravo e jovem time, aparentemente invencível.
Pareciam e tornaram-se invencíveis.
Porque nas últimas 11 rodadas o Flu não perdeu uma sequer, chegando a vencer seis partidas consecutivas na impressionante série.
Oito, se somadas as batalhas igualmente heróicas da Copa Sul-Americana, cujo título lhe escapou até em dia de goleada sobre seu oponente.
Porque os deuses do futebol já haviam decidido: nas Laranjeiras, nada de tristeza.
E, embalados por sucessivas demonstrações de paixão de seus torcedores, lá se foram os heróis da resistência para o último ato em Curitiba.
O amor estava no ar.
Mas só podia ser sentido por jogadores e torcedores do Fluminense.
Seguros em campo, não perderam em momento algum o controle da partida.
Sabia o que fazia o time de guerreiros.
Não iria pôr a perder logo na derradeira batalha tudo o que construíra nos últimos dois meses.
E ficou provado: o amor estava mesmo no ar, como no vôo que trouxe de volta ao Rio a heróica delegação tricolor.
E também na terra, como na calorosa recepção – mais uma – de uma alucinada massa apaixonada no Aeroporto Santos Dumont.
Tudo o que queriam era praticar o nobre gesto do agradecimento.
Mas era amor demais.
Fidalguia alguma resiste a tamanho e desenfreado sentimento.
E os heróis de salvação, de novo, foram parar nos braços do povo.
Eles merecem!
***
A tocante relação entre time e torcida do Fluminense é emblemática e vale como exemplo de vida. Está provado mais uma vez que só o amor constrói laços verdadeiros e que só este sentimento é capaz de desafiar as leis da física e fazer com que homens se multipliquem por algo que contraria a lógica.
Antes cabisbaixos e insatisfeitos, jogadores passaram a se sentir valorizados e queridos no clube. Movidos por um sentimento que parecia sair da alma, fizeram do improvável uma missão cumprida.
E quanto mais amados se sentiam, mais jogavam, não importando o quão extasiados estivessem.
A torcida via o esforço e retribuía.
Amavam-se, venciam, encantavam.
O Fluminense mostrou para o Brasil que o amor é mesmo milagroso.
Milagre capaz de unir rivais na torcida pelo sucesso de um time que se degladiava com bravura em campos do Brasil e do exterior.
Creio ser algo pertencente ao ser humano a torcida por um grupo como este, independentemente da camisa que estejam trajando.
São exemplos de vida, de superação.
Querer bem ao próximo é lindo.
Querer bem a estes jogadores é praticamente uma obrigação.
Maravilhosos, é o que eles são.
Obrigado por emocionar um país.
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E por falar em país, impressionante o número de comentários elogiosos ao Fluminense escritos por torcedores de vários estados do Brasil. A maioria destaca o poder de superação do time e a importante atuação da torcida, abraçada à causa e à equipe.
O Blog do Flu, em nome da instituição, agradece imensamente a todos pelos cumprimentos, que enobrecem e elevam a categoria do ser humano, muitas vezes rude e mesquinho, mas outras tantas altruísta e gentil, como nos inúmeros textos enviados.
A você que nos escreveu, o nosso sincero agradecimento.
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E essa do Fred querer fazer história com a camisa do Fluminense, tornando-se o maior ídolo da história do clube, como disse ser seu desejo.
Se levar a sério a promessa de jogar por muitos anos no clube, pela empatia que desperta nas arquibancadas, tem sim grandes chances de entrar para o rol de imortais das Laranjeiras.
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Já está no ar a nona e última edição do Baú Tricolor, esta com fotos e histórias memoráveis sobre o tricampeonato estadual de 1983 a 1985 e o título brasileiro de 1984.
Obra-prima assinada por Aldo Medeiros.
http://flusaoeternoamor.ning.com/
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A torcida tricolor merece mesmo todas as menções pelo que fez neste Campeonato Brasileiro.
A justa homenagem que a CBF lhe prestou na festa de premiação da entidade segunda-feira deve ser dividida com o time de guerreiros do Flu, co-responsável por tudo o que se passou nas arquibancadas.
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Em 38 jogos, 11 vitórias, 13 empates e 14 derrotas. Foram marcados ainda 49 gols contra 56 sofridos.
Eis os números da campanha do Flu, que terminou na modestíssima 16ª colocação.
Que não misturemos as bolas.
O que celebramos não é a fuga do rebaixamento.
Batemos palmas para o grupo renovado e para o treinador que, alheios ao desastre de outrora, salvaram o Fluminense de um novo e catastrófico descenso.
Pela terceira vez desde 2006 o Flu briga para não cair na maior competição do calendário nacional, salvando-se na última ou penúltima rodada.
Algo incompatível com a grandeza e tradições do clube.
Por outro lado, o clube vem se especializando em decidir competições disputadas no formato mata-mata.
Entre Copas nacionais e internacionais, chegou a quatro finais desde 2005.
O que evidencia a falta de planejamento da diretoria, incapaz de montar um elenco homogêneo que permita retrospectos regulares por toda uma temporada.
Como também não se mostra capaz de apostar na continuidade do trabalho de um treinador, independentemente de seus primeiros resultados.
Na gestão Roberto Horcades, só Abel Braga, em 2005, começou e terminou o ano.
Depois, foi uma sucessão de técnicos que naufragaram na tentativa de dar um padrão ao time.
Que em 2010 o erro não se repita e Cuca, o autêntico salvador da pátria, seja mantido no cargo por toda a temporada.
Só assim o Flu disputará o Campeonato Brasileiro em condições de vencê-lo.
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Evidente que só técnico não faz milagre. Um bom debate para este mês de dezembro é a lista de dispensas e reforços para o ano que chega.
Qual é a sua?
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Além de Cuca, o preparador físico Ronaldo Torres, o gestor de futebol, Mário Bittencourt, e o vice, Ricardo Tenório, também tiveram parcela considerável de participação na salvação tricolor fora de campo.
Igualmente heróicos.
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Horcades, um retorno à ribalta neste momento soa como oportunismo barato.
Continuar em silêncio era o melhor que faria depois do desgaste sofrido nos últimos meses.
De jeito algum, a salvação passou por suas mãos.
E ele sabe disso.
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18 de outubro de 2009. Fluminense 2 x 2 Internacional.
Numa escapada, o zagueiro Gum empata o jogo para o Flu no fim.
O ponto obtido naquela partida foi determinante para a salvação do Flu e para o vice-campeonato do Internacional.
Um gol e três destinos.
O Fla, legítimo campeão, agradece.
E parabéns aos rubro-negros pela conquista.
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Arte (mosaico): Sanchez Junior.
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E-mails para esta coluna: joaogarcez@yahoo.com.br
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Guerreiros e heróicos
dom, 06/12/09
por joao marcelo garcez |
categoria Brasileirão 2009
Eis que, contra o Coritiba, ainda que com o empate, o Fluminense conquistou a sua mais bela vitória.



O título da permanência na elite do futebol brasileiro, seu lugar de direito.
Hoje e sempre.
Uma página inacreditável foi escrita na história do futebol mundial por um time de guerreiros.
Que campanha, que história bonita protagonizaram.
Nas últimas dez rodadas, 24 pontos.
Sete vitórias, nenhuma derrota.
Deixaram o calvário, que parecia iminente, para ganharem as portas do paraíso.
Raça, fé, fibra…
Um comandante, um maestro, um líder.
Cuca, Conca e Fred são os principais nomes da retomada.
Rafael, Gum, Dalton, Digão, barreiras inexpugnáveis, também ganharam o coração da torcida.
A verdade, porém, é que todos os atletas que participaram deste feito são heróis.
A torcida hoje os agradece e reverencia pela demonstração de amor e comprometimento que tiveram com esta instituição magnânima chamada Fluminense.
Durante todo o dia de hoje, estarei preparando uma coluna especial sobre a campanha do Flu, que você poderá conferir na noite desta segunda-feira.
E que ninguém duvide.
Agora está provado.
Sobretudo para um time de guerreiros.
Nada é impossível.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009


AGUA DOCE DO MARANHÃO

POLICIA FEDERAL

PREFEITO DE AGUA DOCE DO MARANHÃO ESTÁ FORAGIDO

O prefeito de Água Doce do Maranhão, José Eliomar (PMDB) está foragido do município há dois dias, depois que uma ação conjunta entre Polícia Federal e Controladoria Geral da União (CGU) chegou à sede municipal coletando documentos, entre contratos, convênios e folhas de pagamento da prefeitura e secretaria de educação municipal

No momento das apurações dos documentos o atual secretário de educação, o engenheiro Vidal Negreiros, foi detido, mas liberado ao final da coleta das contas municipais.

O irmão do prefeito, conhecido como Evilásio, também foi preso durante a operação. Ele funcionava como assistente de José Eliomar, e foi flagrado em caminhada ao povoado Magú, em busca de funcionários da prefeitura para assinarem folha de pagamento acusando recebimento de salário. A intenção seria tentar regularizar assinaturas que estariam falsificadas.

Os auditores trouxeram para análise e posterior parecer uma documentação farta de quatro anos da gestão do prefeito peemedebista. Prestação de contas dos anos de 2005 a 2008 deverão ser avaliadas pelos órgãos fiscalizadores.

Testemunhas da operação contam que os agentes chegaram nas primeiras horas da manhã de ontem à sede do município, mas não conseguiram localizar o prefeito; os moradores informaram que a última vez em que ele foi visto estava próximo a saída da cidade, dirigindo uma caminhonete na companhia de alguns seguranças.

O prefeito Eliomar Dias já foi cassado em primeira instância pelo juiz da comarca de Araioses, Marcio Fontinele, em sentença proferida no último mês de outubro e permanecia à frente da prefeitura sob força de liminar.

O recurso eleitoral interposto pela assessoria jurídica do prefeito, para reformar a sentença de primeiro grau, deverá ser julgado nesta quinta pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

O prefeito não foi localizado pela reportagem nos contatos particulares de casa e da prefeitura.